quinta-feira, 11 de novembro de 2004

 

O Regresso de Jedi


Desta vez muito indignado, o Rodrigo Moita de Deus, qual cruzado dos tempos modernos, armou-se do seu sabre de laser e de toda a mitologia clerical de que foi capaz, e veio negar que alguma vez tivesse havido qualquer cumplicidade entre a Igreja Católica e o regime nazi.

Diz ele que a necessidade dessa negação veio deste meu post e que tal cumplicidade é um mito e um absurdo histórico.
Mas curiosamente, para além de eu ter invocado o nazismo para tentar explicar que, também para a Igreja, muitas benfeitorias não justificam correspondentes malfeitorias, confesso que não vislumbrei no meu texto qualquer referência a tal cumplicidade…
(O que só sucedeu por mero acaso, diga-se de passagem).
Então, de onde terá vindo tal ideia ao Rodrigo???

Mas depois percebi: foi a fotografia!!!

De facto, foi com o «choque» que a fotografia do post lhe causou – e que lhe provocou este engraçado acto falhado – que este Luke Skywalker da blogosfera, embora não desconhecendo que «uma imagem vale mil palavras» não desistiu de negar as evidências, por mais nuas e cruas que elas fossem e lhe entrassem pelos olhos dentro, chegando mesmo a utilizar 1.292 palavras para tentar negá-las!!!
Tivesse ele a password do meu blog e aposto que tinha de lá tirado o raio da fotografia o que, admitamos, era para ele muito mais simples!
Porque, depois de toda a sua exposição, o que é facto é que a fotografia lá continua…e a imagem que ela contém mantém bem o seu significado!

Por isso e para tentar «negar a fotografia», veio agora o Rodrigo tecer um comentário (brilhantíssimo, aliás) às abissais diferenças doutrinais existentes entre o cristianismo e o nazismo.
Mas não compreendeu que não é isso que está em causa.
Não compreendeu que esses argumentos são completamente inócuos porque a «Teoria da Terra Oca» do nazismo (que nem sequer referiu) é para mim tão congruente como a teoria da Santíssima Trindade.
E, por isso, os seus argumentos são para mim triplamente ocos!

Não são as doutrinas que estão em causa: o que está em causa é a prática concreta das instituições, independentemente daquilo que os seus programas políticos ou doutrinários digam.
Porque o que acontece – e isso é um facto – é que a Igreja Católica tem sido ao longo da História o mais abjecto exemplo de colagem e subserviência ao Poder e da mais inqualificável complacência, e até cumplicidade, com as ditaduras instituídas.

Do Chile à Indonésia.
Da Alemanha de Hitler à Itália de Mussolini.
Passando por Portugal, claro.



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