segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

 

O Sancta Simplicitas!


Esta noite no programa de televisão «Herman Sic» foi entrevistada uma mulher de nome Felismina Tavares.
O mediatismo da personagem, e o motivo da sua ida à televisão, residia no facto de que a prestimosa senhora alega conversar com Deus, com Jesus Cristo e com a Virgem Maria.
Como prova das suas palavras, mostrou até diversos limões onde vislumbrava as imagem de Maria, de Jesus, e diversas mensagens de esotérico misticismo.
Mostrou depois algumas pedras onde conseguia distinguir ossos e figuras humanas e de animais. Numa das pedras, disse, via-se claramente que Adão era de raça negra.
De seguida, relatou uma experiência com umas folhas caídas no chão e uma voz de um anjo, de onde retirou o prenúncio do maremoto na Ásia, embora o não tenha publicitado convenientemente.
Finalmente, revelou que desde 1992 anda a anunciar uma grande desgraça para Portugal.

Confesso que me perturbou um pouco a exploração televisiva da «santa simplicidade» de Felismina Tavares.
Mas o que me chocou verdadeiramente foi o gozo, os incontidos e babados risos alvares da assistência do programa, e a chacota generalizada de que a senhora e as suas crenças foram alvo.

Porque talvez a verdadeira simplicidade esteja naqueles que, rindo-se das “Felisminas Tavares” deste mundo, nem sequer se apercebem que elas são precisamente a base da religião que provavelmente professam.



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