sexta-feira, 17 de junho de 2005

 

A Greve dos Professores



Hoje há greve dos professores!

Provavelmente haverá grande justiça na luta profissional dos professores, o que obviamente não discuto.
Não quererão os professores, como é óbvio, perder as regalias e os direitos adquiridos.
Sim, que isto de trabalhar 4 dias e 18 horas por semana deve custar comó caraças e dá cá um desgaste que nem queiram saber.

De facto, os professores não têm nada que se reformar com a mesma idade dos outros funcionários públicos, principalmente os que não têm a possibilidade de lixar as férias aos pais das crianças com a marcação de greves em período de exames.
Cada um trata de si. E esses, sim, que paguem a crise!

E as reivindicações salariais também são justíssimas!
Por exemplo, os professores não querem perder o direito de receber uma remuneração adicional ao seu vencimento mensal quando fazem correcções a provas de exame.
Apesar de as aulas já terem terminado, dizem eles que se trata de trabalho acrescido e de grande responsabilidade, e que até os impede de entrar já no gozo de um merecido período de férias que, vejam bem, nem sequer chega a três meses.

Quanto à componente salarial das reivindicações dos professores, é pena que não me tenham avisado antes.
Com mais tempo eu bem poderia ter contribuído com os 150,00 euros por mês que desde o início do ano lectivo ando a pagar em explicações de matemática, uma vez que a professora da minha filha vai às aulas papaguear em voz alta o que está no livro e não lhe ensina a ponta de um corno.

E quererão, certamente, exigir do Governo o reforço de acções de formação profissional, principalmente as que já se revelaram ser as mais úteis para aos alunos, como o ensino do fabrico de tapetes de Arraiolos e de azulejos e até, muito principalmente, a criação de bichos da seda, a prática de esqui, o ensino da astrologia, as potencialidades do Feng Shui na sala de aula e a utilização da energia das cores.

Depois, estão contra o fim das progressões automáticas nas suas carreiras.
Porque, decerto muito justamente, temem que qualquer início de um sistema de progressão baseado no mérito os impeça de evoluir normalmente nas suas carreiras como até aqui.

É que, como toda a gente sabe a progressão de um professor tem de ser feita de acordo com o número de anos de aulas que já deu na sua vida.
O que interessa é a antiguidade, que isto da pedagogia não é para aqui chamada.

Sim, porque se os professores não se põem a pau e não levam a sério estas greves, qualquer dia ainda aparece para aí um ministro da Educação meio maluco, que resolve pôr-se a avaliar o mérito e a competência dos professores pelos resultados que os seus alunos tenham em exames nacionais no final do ano.

Não queriam lá ver, hein?





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