domingo, 10 de dezembro de 2006

 

Augusto Pinochet



Augusto Pinochet
(25 de Novembro de 1915 – 10 de Dezembro de 2006)


Augusto Pinochet Ugarte liderou a Junta Militar que governou o Chile de 1973 a 1990 depois de, através de um golpe de estado que comandou, ter deposto pela força das armas o presidente Salvador Allende, que havia sido democraticamente eleito três anos antes.

Pouco depois de chegar ao poder, Augusto Pinochet implementou um sistema político económico normalmente referido como um balão de ensaio das teorias económicas de total liberalização do mercado de Milton Friedman.
Procedeu então à desregularização e à total privatização de todos os principais sectores da economia da indústria à banca, passado mesmo pelo sistema de pensões e segurança social.

Mas foi pela ferocidade sanguinária com que combateu as oposições que Pinochet se notabilizou.
Depois de ilegalizar os partidos políticos de esquerda, logo nos dias imediatos ao golpe de estado, ficou célebre a chamada «Caravana da Morte», um pelotão do exército chileno propositadamente encarregue de eliminar as principais figuras do regime de Salvador Allende.
O longo e sangrento braço de Augusto Pinochet atingia os seus inimigos mesmo em países estrangeiros. Foi, por exemplo, o caso do antigo chefe de estado maior do exército, o General Carlos Prats, e também de sua mulher, que foram assassinados em Buenos Aires por uma bomba colocada pela polícia secreta chilena.

Já mais recentemente a opinião pública mundial teve oportunidade de conhecer a noção que Augusto Pinochet tinha de honestidade, quando lhe foram descobertas contas bancárias em paraísos fiscais com muitos milhões de dólares ou várias toneladas de ouro.

Católico fiel e devoto, Pinochet privilegiou o relacionamento diplomático com o Vaticano, de quem ao longo dos anos sempre recebeu um inestimável apoio institucional e político, quer interno quer a nível internacional.

Ainda hoje não se conhece ao certo o número de pessoas assassinadas durante o regime de Augusto Pinochet, algumas delas mortas por sua ordem directa e pessoal.

Mas conhece-se agora uma das formas mais vulgares e preferidas de eliminação de milhares de pessoas, homens, mulheres e até crianças adolescentes, que se tinham revelado incómodas para o impiedoso e sanguinário regime de Pinochet: eram simplesmente levadas de helicóptero e largadas vivas no alto mar, onde acabavam por morrer e, como convinha, por desaparecer sem deixar rasto.

Poucos dias antes de morrer Augusto Pinochet, que com 91 anos de idade sofria já de maleitas várias, teve complicações cardíacas graves.
Foi então chamado um padre de urgência, que lhe ministrou a extrema unção.

Portanto, e segundo a Bíblia (Tiago, 5:15) e também o «Catecismo da Igreja Católica» (§ 1532), esta extrema unção (ou "in exitu vitae constituti") que foi bem a tempo ministrada a Augusto Pinochet teve o condão de lhe perdoar todos os seus pecados.
Assim sendo, Pinochet, agora uma boa alma, passará a eternidade livre e amnistiado dos seus pecados, sentado à direita de Deus Pai, bem ao lado de Deus Filho e ali pertinho do Espírito Santo e da Virgem Maria, tal como qualquer bom católico gostaria.

Ainda por cima não estarão por lá a chateá-lo os seus adversários políticos, aqueles que Pinochet mandou atirar ao mar sem lhes dar tempo ou oportunidade para confessarem os seus pecados ou receberem a mesma extrema unção.
Esses sim, arderão no Inferno para todo o sempre.

Que sorte teve Pinochet em ser um bom católico...




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