sexta-feira, 7 de setembro de 2007

 

Citações de Católicos Famosos – I



Entre os séculos XI e XIII floresceu a partir da região de Languedoc, no sul da França, uma seita religiosa cujos membros, embora procurassem seguir os ensinamentos de Jesus Cristo, principalmente os que tinham sido expressos no «sermão da montanha», se distinguiam pela sua persistente recusa em aceitar alguns dos mais ortodoxos dogmas católicos, e que ficaram conhecidos como «albigenses» ou «cátaros».

Entre outras coisas, os cátaros não acreditavam na divindade de Jesus Cristo ou na sua ressurreição e subida aos Céus, ou sequer que ele tivesse nascido de uma virgem, considerando-o não mais do que um simples profeta, e negando obviamente a Santíssima Trindade.

De facto, para heresia não estava nada mal!

Como é bom de ver, as autoridades da Santa Igreja Católica Apostólica Romana não podiam tolerar este autêntico escândalo.
Aliás, para estas e para outras situações desse género, é que a Santa Inquisição tinha já sido criada no Concílio de Verona, reunido no ano de 1183 propositadamente e com o único objectivo de perseguir todas as formas de heresia.

Até que no dia 24 de Junho de 1209 os mais piedosos nobres e cavaleiros, soldados e membros do clero, entusiasmados pelas promessas papais de indulgências várias (como o perdão de todos os pecados, passados ou futuros, ou a anulação de todas as dívidas contraídas a judeus) e ainda pelos seus quinhões nos saques das cidades conquistadas, se reuniram na cidade de Lyon, dando formalmente início nesse dia a uma das mais famosas Cruzadas da sangrenta História da Cristandade, que ficou conhecida pela «Cruzada dos Albigenses».

Só que desta vez, esta Cruzada, organizada pelo Papa Inocêncio III não se destinava a combater os «infiéis» na Palestina, mas antes a dizimar no próprio centro da Europa todos os cristãos considerados heréticos por se recusarem a aceitar de forma incondicional os dogmas impostos pela ortodoxia católica.

Sob o comando de Arnold de Amaury (e depois de Simon de Monfort), mais de 10.000 homens unidos sob o símbolo da Cruz, pela sua fé incondicional e pelo seu imenso amor a Jesus Cristo, marcharam sobre os primeiros objectivos desta Cruzada: a conquista da cidade francesa de Béziers, a que se seguiria imediatamente Carcassone.

As suas ordens, expressamente dadas pelo Papa Inocêncio III (que se sentou na cadeira de São Pedro entre os anos de 1198 e 1216), eram extremamente simples e não podiam ser mais claras:
- Destruir todas as cidades ou povoações onde se soubesse que havia heréticos e não deixar pedra sobre pedra, saquear todos os bens e pura e simplesmente... matar toda a gente.
Os sobreviventes das batalhas, se os houvesse, deveriam ser igualmente mortos, mas imolados pelo fogo.

E foi então, no início da batalha pela tomada de Béziers, que foi proferida uma das frases mais célebres da História da Igreja Católica.
Uma frase que é bem reveladora de quão profunda e, por isso, tão bela pode ser a fé em Deus, de como é imenso o amor dos católicos pelo seu próximo e até de como é tão bonita a singela História da Igreja Católica.
Pois bem:
De facto, sabendo que a cidade que se preparavam para dizimar não era habitada somente por cátaros, um dos comandantes militares perguntou a Arnold de Amaury, líder da Cruzada e legado e representante directo do Papa Inocêncio III, como iriam as suas tropas distinguir os hereges dos verdadeiros católicos entre os habitantes da cidade.

A resposta de Arnold de Amaury não podia ser mais clara.
Reproduzindo as instruções que o Santo Padre especificamente lhe dera nesse sentido, aliás inspiradas directamente nos santos evangelhos, respondeu-lhe simplesmente:

- Matem-nos a todos; Deus reconhecerá os seus!




<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com