quinta-feira, 25 de outubro de 2007

 

Quando a «DECO» nos trata da saúde



Toda a gente a conhece a «DECO» - a "Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor" – e as revistas que publica regularmente, como a «Proteste».

Logo desde a sua criação, a «DECO» tem servido de fonte de informação a muitos consumidores portugueses, e ao mesmo tempo de fonte de dissuasão a muitos aldrabões, que tantas vezes recuam só de ouvir alguém dizer: «Vou-me queixar à DECO!».

Durante alguns anos assinei a revista «Proteste».
Mas desisti. Não porque tenha verificado que a maioria dos assuntos não me interessavam lá muito, mas quando constatei a frequência com que os artigos vinham cheios de asneiras.

Chegou-me agora às mãos uma outra publicação da «DECO»: a «Teste Saúde», que dedica a sua edição n.º 69 a falar de «terapias alternativas».

É curioso como uma associação de «Defesa do Consumidor» que se arroga «total independência», «credibilidade» e «reconhecimento pelo seu trabalho» e que tanto se orgulha do «profissionalismo das suas equipas» se dedica, até como tema principal de uma das suas revistas, a credibilizar essa gigantesca aldrabice a que se convencionou chamar «Terapias Alternativas».

E dá até alguns exemplos, que deixa bem explicado em que consistem: a osteopatia, a acupunctura, a quiropatia, a fitoterapia e, claro está, não podia faltar, a homeopatia.
(Clicar sobre as imagens para as ampliar)



Depois a «DECO» presta-nos ainda um autêntico serviço público de indiscutível utilidade: ensina-nos a «reconhecer um bom terapeuta».

Como?
É simples: entre outras coisas «um bom terapeuta» pergunta sempre ao doente se o médico já fez algum diagnóstico da doença e pede-lhe informações a esse respeito. Mas, acima de tudo, nunca esquecer, afixa sempre o seu horário de funcionamento em lugar bem visível.

Para quem as tivesse, o título do artigo desta revista da «DECO» não nos deixa margem para dúvidas sobre a opinião que os «profissionais das suas equipas» têm sobre esta monumental burla à escala mundial, agora tanto na moda.
Diz assim o título: as «terapias alternativas» são «tão válidas como as tradicionais»!

E então a conclusão que se tira do artigo também não nos deixa margem para dúvidas:
- Pelos vistos há análises nas revistas da «DECO» que são afinal tão “válidas” como as aldrabices que ali são analisadas.




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