terça-feira, 22 de janeiro de 2008

 

Respeitar a opinião das outras pessoas



Foi tudo muito bonito:

Centenas de milhar de pessoas reuniram-se na Praça de São Pedro em Roma para manifestar a sua solidariedade ao Papa Bento XVI, certamente muito envergonhado por ter sido forçado a anular uma palestra marcada para o passado dia 17 de Janeiro, na Universidade La Sapienza, em Roma.

Com efeito, cerca de 67 professores daquela Universidade manifestaram-se veementemente contra a visita do Papa, por o considerarem «obscurantista», recordando que Bento XVI considera, por exemplo, que o processo movido pela Igreja Católica contra Galileu foi «razoável e justo».

Agradecendo aos presentes na Praça de São Pedro tão comovente desagravo, o Papa Bento XVI convidou todas as pessoas, especialmente os universitários, «a respeitar as opiniões das outras pessoas e a procurar com espírito livre e responsável a verdade e o bem».

Às vezes aparecem-nos à frente coisas com muita graça. Mas esta do Papa vir recomendar o respeito pelas opiniões dos outros deve bater todos os recordes.

Um Papa que representa uma organização absolutamente tenebrosa e que há dois mil anos mancha de sangue a História da Humanidade, que é responsável por incontáveis cruzadas, e sanguinárias perseguições religiosas e que canoniza os torcionários que as praticam, que concede refúgio e passaportes diplomáticos a criminosos de guerra nazis, que ainda hoje mantém um «index» de livros proibidos, que recomenda a proibição de filmes, como «O Código da Vinci», ou dos livros de «Harry Potter», que discrimina as mulheres e os homossexuais, que coloca os seus dogmas imbecis acima da própria vida humana, que protege e refugia no Vaticano padres procurados pelas polícias de todo o mundo, acusados de crimes de pedofilia... vir arengar «o respeito pela opinião das outras pessoas e a procura com espírito livre e responsável a verdade e o bem», de facto não lembrava ao Diabo!

Uma coisa é certa:
Para um Papa, ou quem quer que seja, vir a público dizer uma cavalidade destas, não lhe basta um incomensurável cinismo.
Na minha opinião é preciso, antes de mais, ser-se um grande canalha!

Uma opinião que o Papa Bento XVI decerto respeitará...




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